terça-feira, 20 de maio de 2025

20/05/2025

Este domingo assisti às eleições. E tudo aquilo que mais temia aconteceu. A extrema-direita cresce… o populismo ganha força… e com ele, um medo que me acompanha há anos voltou a instalar-se no peito. Não é um medo qualquer — é o medo de perder direitos, de ver apagadas conquistas pelas quais tantos lutaram antes de mim. Medo de que a minha existência, enquanto pessoa LGBT+, volte a ser vista como um problema. Um desvio. Um erro.

Foi por isso que entrei para um partido. Por medo, sim — mas também por coragem. Pela vontade de fazer frente a essa onda escura que quer engolir tudo o que é diferente, tudo o que é livre.

Não entendo o que se está a passar no mundo. Não entendo como, perante tantas opções, tantas vozes diferentes, tantas propostas mais humanas, continuamos a escolher os extremos. Como é que, sabendo que os extremos — de qualquer lado — nunca trouxeram paz, continuamos a alimentar o ódio e a discórdia?

Não é este o mundo que quero viver. Muito menos o mundo que quero deixar para quem vem depois.

Sinto-me derrotado hoje. Mas mesmo assim, quero ser esperança para alguém. Quero que, daqui a uns anos, alguma pessoa mais nova olhe para trás e me veja como um símbolo de resistência. Não por vaidade. Não por ego. Mas porque eu também precisei desses símbolos. Precisei do Pedro HMC, do Francisco Soares (o kikoishot), da Cristina Rodrigues (La Veneno), da Rupaul. Precisava deles para acreditar que era possível existir, resistir e, sobretudo, viver com orgulho.

Se agora sou eu quem carrega essa tocha, que assim seja. Mesmo que doa. Mesmo que me custe. Porque se há algo que aprendi com eles, é que vale sempre a pena lutar por um mundo mais justo.

sexta-feira, 25 de abril de 2025

25/04/2025

Há histórias que nos atravessam, e esta foi uma delas.

Conheci um rapaz através da minha senhoria, que me mostrou uma publicação comovente sobre ele. Vivia na rua, em situação de grande fragilidade. Senti de imediato que queria ajudar. Mexeu comigo. Falei com associações, procurei contactos, tentei abrir-lhe portas.

Com o tempo, as coisas começaram a mudar para ele. Arranjou trabalho, encontrou um lugar para viver, e a nossa relação passou de apoio para amizade. Eu sentia orgulho por vê-lo dar a volta por cima. Estava tudo a correr bem.

Até que chegou o aniversário dele.

Planeámos ir ao Algarve, ficar em casa de uma amiga minha. Naquela semana eu estava exausto — o trabalho tinha-me consumido — mas mesmo assim não quis falhar com ele.

O ambiente começou a ficar estranho quando percebi que ele estava a conhecer melhor essa minha amiga. Ele perguntou-me o que achava. E eu, com a melhor das intenções, disse-lhe para ir com calma. Tinha acabado de sair da rua, de conseguir um emprego, e também tinha terminado recentemente uma relação à distância que durava há anos. Além disso, partilhei com ele — apenas por preocupação — que não achava a minha amiga muito estável emocionalmente, até porque há pouco tempo eu tinha sabido que se sentia atraída por uma mulher.

Quis proteger. Nunca julgar.

O que eu não esperava foi o que aconteceu nesse fim de semana.

Foi na sexta-feira que tudo começou.

Duas amigas vieram buscar-me a casa para seguirmos viagem. E foi logo ali, no meio de uma conversa aparentemente inocente, que uma delas se descaiu e disse, à frente da outra, que eles já namoravam. Fiquei em choque. Não disse nada no momento, mas por dentro senti aquela dor de quem é deixado de fora. Aquela sensação de “espera aí, mas por que razão ninguém me contou isto?”.

Mas o pior ainda estava para vir.

Assim que entrámos no carro percebi que ia ser uma viagem longa — e não só em quilómetros. Íamos pela estrada nacional, que já por si me deixa mais desconfortável, cheia de buracos, sem separador central, com curvas apertadas. E para piorar, iam em excesso de velocidade. Como se não bastasse, começaram a fumar ganzas dentro do carro. A música estava absurdamente alta, num estilo que não ajudava em nada a acalmar o ambiente.

Eu comecei a entrar em pânico.

Sentia o peito apertado, a respiração curta, o coração a disparar. Estava a tentar manter a compostura, mas por dentro estava a desmoronar. Só queria que a viagem acabasse. Só queria chegar inteiro ao Algarve.

Houve um momento em que o rapaz, talvez sem perceber o meu estado, disse que se fôssemos pela autoestrada eu teria ainda mais medo. Mas respondi que não era bem assim. A autoestrada tem separadores, tem várias vias, é mais segura, mais previsível. A estrada nacional, naquele ritmo, era tudo menos segura.

Foi uma viagem terrível. Não só pelo desconforto físico e emocional, mas por sentir que estava num espaço onde os meus limites não eram respeitados. Senti-me sozinho, mesmo rodeado de gente. Por sorte tinha um calmante de SOS. 

Durante a viagem, mantive-me em contacto com a minha amiga do Algarve. Ia-lhe contando tudo por mensagem: o desconforto, o ambiente no carro, a minha ansiedade. Ela foi compreensiva, preocupada, e eu só pensava em chegar e ter um lugar onde me pudesse sentir seguro.

Assim que pusemos os pés no Algarve, saí disparado do carro em direção à casa dela. Já não aguentava mais aquele ambiente. Não era birra, nem drama — era um limite emocional. Eu só queria respirar. Estar bem.

Mas mesmo depois de chegar, a sensação de desconforto não desapareceu.

Durante aqueles dias, o casalinho não se largava. Não me incomodava que estivessem juntos — isso era o menos — o problema era o isolamento. Sentia-me uma vela. Estávamos ali várias pessoas, todos a tentar tornar aquele fim de semana especial, todos a dar o nosso contributo. Mas ele parecia absorvido só naquela relação, como se mais ninguém estivesse ali. Inclusive no dia de anos dele, que era o motivo de estarmos todos juntos.

A minha amiga do Algarve tinha sido impecável em ceder a casa. Tinha gatos e pediu, com razão, que tivéssemos cuidado com as portas — para que os gatos não fugissem — e também que não se fumasse dentro de casa. O pedido do cigarro foi respeitado. Mas o das portas, não.

Era a primeira vez que ele estava naquela casa, a primeira vez que o trazia para dentro de casa desta minha amiga. Uma coisa é estar num espaço de alguém e fazer parte. Outra é estar e não respeitar. E todo o clima — entre a tensão silenciosa, os descuidos e a sensação de exclusão — só me fazia sentir pior.

Durante o dia, fomos até à praia. Um passeio que, em teoria, podia ter sido leve, bonito, até curativo depois de tudo o que eu já tinha sentido. Mas não foi.

Mais uma vez, lá estavam eles: sempre juntos, sempre colados. E nós, os restantes, lá atrás, quase como figurantes. Eu tentava aproveitar o mar, o sol, a brisa. Mas era difícil ignorar o desconforto de me sentir completamente à parte. A certa altura, já nem disfarçava o que sentia.

Cheguei a comentar — talvez de forma meio irónica, meio desabafo — que, se era para ser assim, então mais valia terem comemorado o aniversário sozinhos, só os dois. Disse-o sem maldade, mas com sinceridade. Porque era isso que parecia: que o resto do grupo estava ali a fazer número. E isso doeu.

Doeu porque eu tinha feito um esforço para estar ali. Porque me preocupei, porque tentei proteger, porque quis genuinamente ajudar. E no fim, era como se tudo isso tivesse sido descartado. Como se a minha presença já não fizesse diferença.

Voltámos para casa e continuámos com os preparativos para o jantar. Eu estava a ajudar, como sempre, a colocar a mesa, a tentar manter alguma normalidade. Mas mais uma vez, eles estavam colados um ao outro, alheios ao resto do grupo. Aquilo já não era justo. Não comigo, não com os outros que também estavam ali para celebrar.

Não me lembro exatamente como começou, mas de repente a minha amiga — agora namorada dele — começou a berrar comigo. Nunca me tinha falado assim antes. E eu, já com tudo atravessado, também me passei. Gritei de volta. Foi aí que deixei sair tudo. Tudo o que tinha guardado desde o início daquela viagem. A tristeza, a exclusão, o cansaço, a frustração por sentir que fui deixado de lado.

Depois disso, fui para o quarto. Precisava de me afastar. De respirar.

Mais tarde, saímos todos para uma esplanada de um bar. Eu já ia com um peso enorme no peito e só queria aliviar aquilo de alguma forma. Acabei por beber — não por gosto, mas quase como um escape. Queria que a dor abrandasse, queria que a minha língua ficasse mais solta para conseguir dizer tudo o que tinha engolido.

E foi isso que aconteceu. Bebi e disse. Disse à namorada dele tudo o que tinha guardado, tudo o que me estava atravessado. Não foi bonito. Não foi leve. Mas foi verdadeiro. Porque às vezes o que guardamos começa a gritar cá dentro.

No sábado, acordei tarde. Entre o álcool da noite anterior e o cansaço acumulado da semana, o corpo já não respondia. Passei parte do dia a dormir, a tentar recuperar um mínimo de paz.

E mesmo assim, ela ainda veio atirar-me à cara: “Se querias tanto passar tempo connosco, por que passaste o dia a dormir?”

Mal sabia ela o que aquele tempo tinha custado. O esforço que foi estar ali. E como me senti o tempo todo… invisível.

A verdade é que, depois de tudo, já não me lembro de muitos detalhes. Estava esgotado — emocionalmente, fisicamente, mentalmente.

Lembro-me apenas de uma coisa muito clara: no regresso a Lisboa, coloquei uma condição. Disse que, se não fosse outra pessoa a conduzir, preferia ir de autocarro. Não queria, de forma alguma, repetir a viagem da ida. Era uma questão de segurança, mas também de autocuidado.

Acabou por ser uma amiga — a [i], que tinha vindo comigo de Lisboa e que, curiosamente, foi também quem me contou logo no início do fim de semana sobre o casal — a conduzir na volta. O casal ficou lá atrás, e eu fui lá à frente com a [i]. Silencioso. A tentar digerir tudo.

E foi assim que deixámos a casa da [g], a amiga do Algarve, que nos recebeu com tanta generosidade, apesar de tudo o que se passou.

Essa viagem ensinou-me muito. Sobre mim. Sobre os outros. Sobre os limites entre ajudar e anular-se. Sobre como, às vezes, mesmo quando damos tudo com o coração, nem sempre isso é reconhecido — e está tudo bem. O importante é não nos perdermos a nós próprios no processo.

O tempo passou. E com o tempo, algumas feridas pareciam ter começado a sarar. Fiz as pazes com a [b], a namorada do [r]. Falámos, esclarecemos mágoas e tentámos recomeçar uma convivência minimamente saudável. Parecia que as coisas estavam, finalmente, a acalmar.

Mas hoje, neste 25 de Abril — dia que simboliza liberdade — o que recebi foi tudo menos isso.

Hoje recebi ameaças de morte do [r].

Mensagens diretas. A dizer que se eu fizesse alguma coisa contra a ex-namorada dele, que me matava. Que eu “desaparecia num bidão”. Palavras pesadas, agressivas, que não se dizem a ninguém — muito menos a alguém que, em tempos, só quis ajudar.

Mas para entender como chegámos aqui, é preciso voltar um pouco atrás.

Depois daquele fim de semana no Algarve e já passados vários meses, houve um episódio que agora parece pequeno, mas que marcou o recomeço de algo estranho. Estava com um amigo, o Gonçalo, e decidimos ir jantar ao McDonald's. Nada de especial. Mas ao chegar à entrada do restaurante, vi o [r].

Cumprimentei-o com naturalidade, sem rancor. Achei que não faria mal. Que um simples “olá” não magoava ninguém.

Fiz o meu pedido, sentei-me com o Gonçalo, e enquanto comíamos reparei, pela janela, que ele andava para a frente e para trás, inquieto, como se estivesse ansioso. Não dei demasiada importância na altura. Mais tarde, já em casa, mandei-lhe uma mensagem a dizer que tinha sido bom revê-lo.
Mais tarde, já em casa, ainda com aquele encontro na cabeça, decidi enviar-lhe uma mensagem. Foi um gesto simples: "Foi bom ver-te." Uma tentativa genuína de reatar alguma paz, ou pelo menos um convívio cordial.

Ao início, até respondeu com boa disposição, chamou-me "cavaleiro Amadeu", trocámos umas palavras sobre estarmos acordados tarde, sobre trabalhar à noite. Tudo parecia inofensivo. Mas rapidamente a conversa tomou um rumo estranho.

Sem grande aviso, começou a responder com ironias, a dizer que falar comigo era como "falar com uma parede", que eu só "discursava conversa fiada", e que esperava que eu compreendesse que ele me desprezava — tudo embrulhado num "abraço" e desejos de "Boa Páscoa". Uma mensagem fria, confusa, com uma agressividade escondida sob palavras educadas.

Ainda tentei perceber o que se passava, respondi com um simples “???” e mais tarde, num tom pacífico, voltei a perguntar: “Qual é a cena?”

Mas o que veio a seguir foram áudios — mensagens longas, confusas, com um tom cada vez mais agressivo e descontrolado. Ele parecia estar a descarregar algo que nem fazia muito sentido, mas que vinha carregado de mágoa, ressentimento e raiva mal digerida.

Aquela troca de mensagens, que para mim era apenas uma tentativa de reconexão, transformou-se no início de um ciclo de instabilidade

E foi assim que, depois de tudo, cheguei a este ponto.

Recebi uma mensagem que me gelou o sangue. Do [r].

"Tu tens problemas, vou-te pedir pff para nunca voltares a tentar entrar em contacto comigo, e se algum dia seja quando for fizeres algo de mal contra a [b]? Vais desaparecer num bidon. Tamos entendidos, CÁRÁLHO?!"

Li e reli. Primeiro em choque. Depois em incredulidade. E por fim, com um nó no estômago. Porque isto já não era uma simples zanga. Não era uma troca de palavras mais duras. Era uma ameaça de morte clara, explícita — com tudo o que isso carrega.

Uma coisa é uma mágoa mal resolvida. Outra, bem diferente, é ameaçar fazer alguém desaparecer. E fazê-lo com aquele tom, com aquele “emojisinho” no fim — como se fosse uma piada macabra.

A minha primeira reação foi perguntar-me: Como é que chegámos aqui?

Eu que só quis ajudar, que estive presente quando ele mais precisava, agora sou tratado como um inimigo mortal. E o mais irónico: a ameaça nem vem de algo que eu tenha feito, mas de algo que ele inventa na cabeça — um “se algum dia fizeres algo contra a [b]”... Como se eu fosse um perigo. 

O que veio depois dessa troca de mensagens foi ainda mais perturbador.

Recebi um áudio. Um daqueles que não se esquecem.

"Caramba. Tu tens inúmeros problemas de saúde, o autismo, seja o que for, mano.

Eu espero que tu estejas a compreender o que eu estou a dizer nesta mensagem, mano.

Se tu fizeres alguma coisa, algum dia, de mal contra a [b]…

Mano, tu vais receber uma visita do [r] da Scoda.

Mano, eu vou ser a última coisa que tu vais ver na tua vida.

Estamos entendidos? Se algum dia fizeres alguma coisa contra a [b], portanto afasta-te.

Vive a porca da tua vida, mano, e nunca tentes entrar em contacto comigo.

Estamos entendidos, CÁRÁLHO? E mano, eu estou-te a falar muito a sério, CÁRÁLHO."


É difícil descrever o que senti ao ouvir isto.

Foi mais do que um ataque verbal. Foi uma ameaça concreta, nomeando até alguém como se estivesse a planear algo. Chamou-me “doente”, insultou-me, desrespeitou a minha condição, a minha vida, a minha história. E tudo isso por algo que nem existiu — por um “se algum dia” que nunca faria sentido.

Não é justo. Nem humano.
E sobretudo: não é seguro.

domingo, 20 de abril de 2025

20/04/2025

Hoje passado todos estes anos, voltei a ir a Ourique.
Muitas coisas passar-me pela cabeça, foi uma mistura de sentimentos. Foram muitas memórias que me passaram pela cabeça.
Hoje passado estes anos o tópico sobre a saúde da minha mãe está mais que desvendado, eu acredito que ela tem uma doença mental. Algo que ainda estou a lidar com isso.
Lembrei me que naquela terra não sobraram amigos, nem pessoas por rever.
Se estou melhor hoje? Sim certamente.
No entanto ainda existem fatasmas do meu passado que por vezes aparecem. 
O tema familia sempre será um tópico difícil para mim? Talvez, nunca saberei.
Gostava de criar a minha própria familia, mas será que ainda tenho tempo para isso? Será isso uma tarefa possível? 
Encontrar alguém com quem partilhar a vida é algo que parece mega complicados se é que será possível.
Consigo pensar que o que possa estar a viver não passa de universo paralelo onde observo os outros felizes.  E se calhar a minha função é mesmo ajudar os outros a viver um romance mas não viver exactamente a minha história de amor. Será que já é tarde para sonhar? 
Por vezes tenho medo do que estou a pensar. 
Medo da rejeição? Talvez. Jogar neste jogo que é a vida e tentando ganhar o máximo de vezes podem fazer com que não arrisque. Se correu bem seria incrivel.  Mas e se correr mal? Mais vale jogar pelo seguro? Certo?


domingo, 8 de setembro de 2024

08/09/2024

Como eu estou a sentir-me?

Hoje sinto-me com muita ansiedade e tem sido difícil gerir isso.
Por outro lado sinto-me muito cansado o que de facto contribui para a minha falta de controlo.
Fazendo uma reflexão não sei se de facto foi realmente bom particiar.
Estou constrangido por uma situação que eu mesmo causei mas que não me faz sentir nada confortável agora.
Por um lado senti a minha liberdade em causa por outra sei perfeitamente o que fiz e estou muito constrangido por isso.

Agora a minha mente viaja e faz me pensar em pensamentos  e falas que possam estar a ter sobre mim e o que aconteceu.

Talvez eu pisei na linha e agora simplesmente estou a tentar gerir tudo isto.
Por outro lado tambem sinto que estou a pensar demasiado sobre isto e faz-me ficar exausto.

Existe algo mais que está aqui dentro de mim para dizer. Este fim de semana vi o Lucas com o seu namorado e isso fez me pensar em varias coisas.
Se ele estava a fim de mim e eu dele porque não ficamos juntos?

Por que é que fico sempre sem ninguem?
Existe um rapaz aqui perto de mim e super totó, será que eu sou assim como ele?

Agora simplesmente o vi feliz e pensei, talvez eu nao lhe conseguisse oferecer essa felicidade.

Também conheci o Edu mas será que realmente vai funcionar? Ele esta do outro lado do oceano e eu simplesmente aqui.
Claro que eu gostava ter alguem mas alguem mais de perto.
Será que se eu chegar lá não ira acontecer algo super mau?

E se eu nao gostar dele?
E se ele não gostar de mim?
E se ele e eu gostarmos e não conseguirmos ficar juntos.
Será que seria boa ideia viver no Brasil? 
E em Portugal será que lhe consigo oferecer uma vida digna?
Será que ele ira sacrificar a vida dele para ficar comigo?



domingo, 14 de janeiro de 2024

14/01/2024

Esta última semana estive de férias pois estou a mudar de projecto.
Ainda sint-me doente, fiquei quase uma semana de cama.
As coisas com o Miguel parece quw chegaram de facto ao fim. Bem sabem que esta relação era un refúgio, mas eu ja estava habituado a dormir acompanhado. 
Agora sinto-me sozinho e hoje por algum motivo sinto-me muito agoniado.
Sinto-me com a cabeça as voltas e possivelmente de e ser por causa de andar com os sonos trocados.
A confusão na minha cabeça é tao grande que parece que se dormisse um pouco talvez fosse um alivio.
Tenho passado muitos dias na cama. Não tenho vontade de falar com a minha familia, quase como se a minha paciencia para eles não existisse.
A tosse continua a perseguir-me.
Eu sei que não ando a alimentar-me bem nem a dormir bem, parece um ciclo.
Agora voltei a sentir-me sozinho.
Hoje esta feio e chuva mas vou jantar com um amigo, espero que isto me faça sentir melhor.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

6/12/2023

Hoje estou a vagear bastante nos meus pensamentos.
Por algum motivo estou preso num momento de reflexão.
Penso em coisas que me fazem sentir preso e em coisas que nao gostassem wue fossem desta forma.
Tenho estado doente estes dias com covid talvez.
Sinto-me muito dividido.
Gosto de como por vezes o Miguel me trata mas por outro lado identifico-me mais com o Diogo. O Diogo faz bem mais o meu tipo.
Hoje não estou com muita vontade de ouvir conversar.
Parece-me que tudo me irrita.
O Miguel fala comigo sobre coisas banais e parece que nao estou nem disponivel para o ouvir.
Sinto-me aprisionado nesta vida.
O tempo livre por vezes é bom, faz-me reflectir.
Tudo parece confuso e preciso de dar nomes as coisas. 
O Miguel foi uma especie de namorado e ajudou-me a passar o luto, também me ajuda a não sentir-me sozinho. 
Mas realmente eu sinto uma dependência emocional. Gosto de viver com ele mas queria outro rapaz. Não se de facto será o Diogo mas a verdade é que pelo Miguel sei que não o quero como namorado. 
Quero sentir desejo pela pessoa que estiver comigo e isso é algo que nao sinto pelo Miguel.
Talvez se eu conseguisse uma casa so para mim eu nao sentisse tanta indecisão, mas neste momento isso é algo que não é possivel.
Ao analisar coisas que escrevi no passado neste blog posso reparar que alguns problemas se mantêm iguais, como o facto de sentir que a minha vida não é guiada por mim mas guiada pelo acontecimento, como se eu nao conseguisse decidir sozinho.
Eu sei que tenho capacidades de decisão, apenas a minha mente me prende a mim mesmo.

terça-feira, 7 de novembro de 2023

7/11/2023

Tem coisas que de facto preciso de falar: tem momentos que sinto uma confusão mental bastante intense, ao tentar descrever essa confusão parece uma espécie de ansiedade onde nao consigo estar quieto. É como se estivesse imovel estado em movimento na minha mente.
Tambem gostaria de falar que estou actualmente em mudança de projecto é eu até gostava da empresa onde trabalhava mas de facto escolher entre a minha empresa externa e o meu patrão da minha empresa interna isso mexer comigo e claro que escolhi a seu favor.
Sinto medo da mudança e é algo que me assustada muito, espero continuar em trabalho remoto. Posso ir à  empresa mas que nao seja todos os dias.
Meu medo prende-se na ideia de voltar a trabalhar para uma empresa onde me sentia ansioso todos os dias.
Para alem disto tenho outra questão que me está de facto a aborrecer. Quando estou com o Diogo eu nao tenho vontade de fazer amor e por vezes nao tenho vontade de beijar, mas pelo menos com ele ja consegui beijar apenas de nao ter vontade diariamente existiu um momento em que senti.
Já as coisas com o Miguel parecem novamente uma grande confusão para mim.
Gosto de dormir com o Miguel ele é quentinho é sinto-me aconchegado mas o reverso disso é que sinto que ele me está a tentar prender a uma relação é de facto não é isso que pertendo ter com ele.